Sachs

Os primeiros veículos de duas rodas fabricados pela SIS datam da década de 50. Dos modelos de então até ao recente GP1 com motor de 75cc, destinado ao mercado exterior, esta fábrica nacional está repleta de sucessos comerciais de onde sobresai a V5.

Hoje, a SIS- Sachs parte à conquista de novos mercados além fronteiras na espectativa de fazer frente a modelos oriundos de outros países, no que respeita à classe de 75cc, com a SIS-Sachs GP1. Apresentamos esta novidade mas aproveitamos ainda a ocasião para rever a história da empresa e a sua actual gama de produtos.

Damos hoje continuidade ao trabalho sobre a indústria nacional iniciado na nossa edição nº88 com a Anfesa. Depois da marca de Alcobaça visitámos a Macal e, agora, é a vez de lhe darmos a conhecer a Sachs ou melhor a SIS-Sachs- Veículos Motorizados Lda., uma das mais antigas e conhecidas marcas de veículos de duas rodas.

Falar dela é falar de uma parte da nossa história e da nossa indústria neste sector. Fundada em 1953 por Joaquim Simões Costa dedicou a sua atenção ao fabrico de veículos de duas rodas capazes de cumprir com eficiência as necessidades diárias do utilizador.

Dessa forma produziu a Bamby cuja base era semelhante ao de um ciclomotor com um quadro melhorado que cumpria, ao mesmo tempo, a função do depósito de combustível. O motor monocilíndrico a dois tempos de 50cc possuia caixa automática o que facilitava o seu uso por uma grande faixa de mercado. Mas as suspensões eram inexistente e logo surgiu a Minor 502 com forquilha telescópica na frente e dois amortecedores atrás. O motor continuava a ser automático, mas estava coberto. O aspecto deste modelo era bem diferente do anterior. Já possuia depósito próprio para combustível e a grelha de porta-bagagens traseira era mais estética. Para quem o desejasse, era possível adaptar ainda um cesto metálico por cima do farol dianteiro. O seu aspecto em nada invejava às actuais produções do género. E estávamos nos anos 50!

No entanto, o modelo que constituiu um verdadeiro sucesso comecial foi a V5. Ainda hoje é possível observar esse modelo, actualizado ao longo do tempo, nascido há 27 anos. O  motor era a sua principal arma e foi esse elemento mecânico que construiu a reputação da marca ao longo dos anos.

Hoje, a gama de modelos da SIS Sachs não está apenas apoiada nas estradistas. Conforme demos conta aos nossos leitores na edição nº45 de Motojornal ( Dezembro de 1987) o fabricante nortenho conta com a RE50, máquina para uso misto no asfalto e no todo-o-terreno. Apenas para uso na estrada (mas sempre postas à prova pelos seus utilizadores noutras situações) as SIS-Sachs Lotus Special e Fuego fazem parte dessa gama cujo topo é ocupado pela GP1.

 

SIS Sachs GP1.

 Em tudo semelhante à MVM GP1 de 1988, esta SIS, com carenagem integral, poderá constituir o principal trunfo da marca entre as estradistas de pequena cilindrada de fabrico nacional. Por enquanto a sua carenagem ainda é em fibra de vidro mas num futuro próximo sofrerá alterações nas suas linhas e será fabricada em plástico.

Por enquanto a unidade motriz que a equipa é de 50cc mas a SIS prevê a sua comercialização, já no proximo ano, na versão de 75cc para o mercado espanhol, tal como a MVM está a fazer com um modelo muito semelhante mas com motor Fantic, de origem italiana.

Nesta nossa deslocação à SIS-Sachs foi possível tomar contacto, embora breve, com a GP1. O novo desenho previsto para a carenagem por certo trará, estética melhorada. Não só o volume da carenagem será menor como a colocação dos dois espelhos retrovisores ficará melhorada.

Apesar de tudo, a silhueta da actual versão é atraente e fora do vulgar entre a produção nacional. O painel de instrumentos possui todas as informações necessárias para um motociclo desta cilindrada.

 

Trail RE50 apresenta pequenas alterações com vista à sua comercialização em Espanha.

 A posição de condução transmite uma sensação de facilidade não só pelo depósito, que permite o encaixe perfeito das pernas, mas também pelo assento e manetes que permitem uma posição do condutor inclinada para a frente sem que o peso recaia em demasia sobre os braços.

Em andamento, o conjunto oferece bastante estabilidade e o motor é agradável de conduzir desvendando todos os seus segredos a partir das 6000rpm. Refira-se que às 8000rpm, próximo do "red line", o velocimentro marca os 100km/h e o motor não denota esforço.

Tanto este modelo como a RE50 serão a "testa de ponte" do fabricante nacional em Espanha...

Para tanto este último recebeu novas tampas laterais e pequenos retoques que fazem lembrar as inúmeras Rieju que nas estradas do país vizinho. O painel de instrumentos na versão espanhola é diferente pois inclui conta-rotações e todas as informações estão noutra disposição. Para além destes pormenores, e do motor de 75cc, não existem alterações de vulto pelo que remetemos o leitor para o contacto desta máquina publicado na edição já citada de Motojornal.

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