Nas curiosidades, podemos referir a tentativa de em 1971, se iniciar a produção de um automóvel Casal, com design Italiano a cargo da Pininfarina, e mecanica Francesa a cargo da Renault. O automóvel teria motorizações de 1200cc; 1300cc; e 1600cc.Graças a pressões ciclonicas intentadas pela Alfa Romeo, que queria produzir o modelo Alfa Sud em Sines, a General Motors que instalara uma fábrica de automóveis em Portugal, e ainda a Ford que produzia os modelos Cortina e Anglia na fábrica da Azambuja, o automóvel Casal, nunca chegaria a ser produzido.
Um pouco de Historia....
A Metalurgia Casal foi a maior empresa Portuguesa do sector das 2 rodas. Nenhuma outra empresa conseguiu ter a capacidade produtiva e o numero de unidades vendidas da Metalurgia Casal.
Nenhuma outra empresa nacional conseguiu produzir motorizadas, motas, motores e alfaias agricolas em grande escala e com um motor de produção própria.
Regendo-se inicialmente pelo modelo Alemão da Zundapp, aproveitando e imitando o que esta empresa tinha de bem feito, a Casal conseguiu destacar-se da Zundapp e de todas as empresas nacionais, tornando-se uma marca respeitada tanto no mercado nacional como no mercado externo.
A Metalurgia Casal deveu o seu nome ao seu fundador, João Casal, e dele herdou todo o espirito empreendedor.
João Francisco do Casal nasceu em 1922 em Aveiro. Depois de deixar os estudos foi trabalhar para os caminhos de ferro em Peso da Régua. Em 1945, a convite de António Marabuto, fundou uma empresa de comercio de mercearias. Deixou mais tarde esta empresa e fundou outra do mesmo ramo. Foi através destas empresas que João Casal viajou regularmente à Alemanha, na tentativa de exportar produtos alimentares. Terá sido nestas viagens que terá tomado contacto com a enorme indústria motociclistica e automobilistica Alemã. Talvez tenha sido desse contacto com a indústria Alemã que João Casal tenha tido a ideia de construir uma empresa de motorizadas em Portugal.
Em 1953, pede autorização ao governo Português para exercer a montagem de motorizadas com motor Zundapp, mas graças á enorme pressão exercida pela Famel e pela Vilar, o pedido é negado.
Em 1954, João Casal , visita a feira de Hanôver e estabelece contactos com a marca Zundapp. A Zundapp estava interessada em arranjar um representante em Portugal que comercializasse a sua linha de produtos que iam desde as motorizadas aos motores de rega, passando pelas maquinas de costura, entre outros.
Através da sua polivalente firma, a J.Casal, que importava fogões e balanças, entre outros, João Casal começa a vender motorizadas Zundapp.
Em 1957, obtem uma licença de representação dos motores Zundapp para Portugal.
Em 1959, João Casal, tenta criar uma fábrica de bicicletas com tecnologia de ponta, mas o projecto falha.
Em 1961, João Casal, dois irmãos e um primo, fundam a Casal irmãos e Companhia( mais tarde Veículos Casal).
Esta firma cria a Motosal. A Motosal compra quadros à Vilar e monta-os com motor Zundapp vendido pela J. Casal.
Em 1962, depois de em 1953 lhe ter sido negada a licença de produção de motorizadas, João Casal consegue um alvará para a construção de uma oficina de reparação de motorizadas com posto de soldadura oxiacetilénica.
Nesta oficina, monta, vende e repara motores Zundapp, que vinham desmontados para facilitar a sua importação. Para além disso, fabrica alguns ( poucos) componentes para esses motores.
Para vender os seus produtos, João Casal cria um circuito de distribuição que assegura a distribuição por tudo o país.
Em 1963, João Casal tenta pedir mais um alvará.
Parece que depois de ter visto o pedido para montagem de motorizadas negado, João Casal tenta dar um passo de cada vez, conquistanto a simpatia e o respeito dos governantes, para numa altura certa formular novamente o pedido para criação de uma fabrica de motorizadas.
Desta vez pede uma autorização para a construção de uma fabrica de carrectos para motores.
Quase todas as fabricas nacionais de motorizadas , protestam contra esse pedido, dizendo que mais um concorrente iria colocar em causa as fábricas já existentes.
Protestaram na altura as firmas: Famel; Quimera Alma; Pachancho ; Miralago e Rufino de Almeida.
Pressionado pelas firmas descritas em cima, o governo português invocando a guerra colonial, informa João Casal que começaria a ser dificil conceder licenças de importação, e por conseguinte iria ser muito dificil a importação de motores Zundapp.
O governo Português lança então um desafio a João Casal. Porque não construir os seus proprios motores? Acabavam-se os problemas com as licenças de importação e deixava-se de enviar divisas importantes para a Alemanha, resultante da importação de motores.
Contudo, João Casal, tinha uma ideia diferente do governo Português.
Pretendia fabricar motores Zundapp até 250cc sobre licença, com a maior parte das peças a serem produzidas em Portugal e as restante a virem da Alemanha, isto nos primeiros 2 anos.
Depois desses 2 anos, os motores deveriam ser totalmente produzidos em Portugal.
Apesar do protesto de todas as outras firmas de motorizadas, João Casal consegue finalmente o alvará de construção de motores até 250cc.
Contudo, a Zundapp também tinha ideias diferentes das do governo Português e de João Casal.
Pretendia continuar a ceder licenças de importação de motores para Portugal.
Perante esta vontade da Zundapp em só ceder licenças de importação, João Casal, lembra-se de com a ajuda do governo Português, nacionalizar o motor Zundapp.
A Zundapp perante este cenário, corta relações com a Metalurgia Casal, e torna a Famel o seu novo representante de motores para Portugal, fazendo com que João Casal perdesse todas as possibilidades de nacionalizar o motor Zundapp.
De uma cajadada só, João Casal, ficava sem motor para produzir e ganhava um concorrente interno respeitavel, a Famel, que trocara os motores DKW e JLO, pelo bem melhor motor Zundapp.
Apesar de indicar isso, e num golpe de sorte, nem tudo estava perdido.
O Engenheiro Robert Erich Zipprich, director técnico da Zundapp, que sempre tivera uma boa relação com João Casal desde os tempos em que este representava os motores Zundapp para Portugal, não se conforma com a atribuição da licença de importação de motores Zundapp à Famel. Por este motivo, abandona a Zundapp e vem trabalhar para Portugal para a Casal.
Em 1965 é aumentado o capital social da empresa com o intuito de se começarem a produzir os motores Casal.
A firma passa de um capital social de 6 000 contos(30 000 euros) para 30 000 contos( 150 000 euros).
Em Junho de 1966 inicia-se a produção do motor Casal e alguns meses mais tarde inicia-se também a produção da scooter Carina (inspirada na Zundapp R50).
Esta scooter veio satisfazer um nixo de mercado de scooter's de baixa cilindrada.
Recorde-se que nesta época haviam muitos produtores de scooter's, mas quase todos produziam scooter's com mais de 125cc.
Entre esses construtores, a Piaggio com a sua Vespa, foi sempre a marca mais acarinhada pelo publico.
Em 1967 são lançados os motores M151 e M148, e a motorizada K160.
Iniciaram-se estudos para produção de novos motores e motorizadas.
Foi ainda neste ano que que se iniciaram contactos com vista a exportação de prdutos para o continente Africano ( peninsulas ultramarinas Portuguesas), continente Europeu ( Holanda e Dinamarca)
A Metalurgia estaria exposta nas feiras de Juanesburgo e Milão.
Em 1968 é lançado o moto atomizador agricola e a motorizada K163.
Em 1969 é lançada a motorizada K181, que tinha como trunfo principal a estrutura superior fundida em liga leve de aluminio.
São mostrados protótipos de motores de 50cc automáticos, 75cc e 150cc.
A empresa começa a concorrer com a Famel e a Vilar, no mercado para a produção de jantes de aluminio para motorizadas .
Em 1970 é apresentada na Feira De Março em Aveiro, a K260, uma mota de 125cc que é posta á venda em 1972.
Em 1972 sente-se um pouco os sinais de uma pequena recessão nos lucros na empresa, devido aos aumentos salariais dos empregados e aumento das matérias primas.
A concorrencia por parte de pequenos montadores que conseguiam produzir mais barato, e por consequencia vender mais barato, vêm agravar os problemas da Metalurgia Casal.
Outros factores foram o aumento da concorrencia de motores de origem estrangeira e a obrigação do uso do capacete.
Talvez para combater os prejuizos provocados pelos pequenos montadores, e poder jogar com armas iguais, a Metalurgia Casal compra participações em pequenas montadoras como a Fundador( Sangalhos) e Sotam ( Mourisca do Vouga).
Em 1972, é assinado um protocolo para a criação de uma fabrica da Metalurgia Casal em Angola.
Essa fabrica iria estar dotada para satisfazer a produção de motorizadas, assim como a fundição injectada de aluminio para fechaduras, portas, cubos de motorizadas, entre outros produtos.
Também tentou entrar no mercado Moçambicano, mas apenas como como fornecedor de motores completos á Fabrica de Bicicletas de Moçambique, que seriam montados em quadros de confecção própria, sendo supervisionados pelos responsáveis da Metalurgia Casal.
O projecto Angolano, nunca deu o lucro devido, devido á Guerra que assolou o país.
O projecto Moçambicano, nunca viu a luz do dia.
Em 1973, é posta á venda a Casal K270 de 125cc. Para assegurar a sua fiabilidade, foi efectuado um teste em estrada com a duração de 15 000 km em 48 dias, em que foram atravessados os seguintes países:
Portugal, Espanha, França, Itália, Jugoslávia, Bulgaria, Turquia, Grécia, Austria, Alemanha, Suiça, Dinamarca, Suéçia, Holanda e Belgica.
Ainda em 1973, Holanda, Dinamarca e Estados Unidos da América tornam-se bons mercados para exportação dos produtos Casal.
Em 1974, o Jornal Motor, transcreve um teste feito por uma equipa de técnicos Franceses, que ficaram maravilhados com a motorizada K187S, comparando as suas performances às de uma mota de 125cc.
A queda do regime fascista governado na altura por Marcelo Caetano, é muito prejudicial á Metalurgia Casal e ás outras indústrias nacionais de motorizadas.
Com a queda do já referido regime fascista, acaba o proteccionismo aos produtos nacionais, e Portugal é invadido pelos modelos mais bonitos, tecnologicamente mais desenvolvidos e mais baratos dos construtores Japoneses.
Tendo já arruinado o mercado Britanico das duas rodas, graças aos pontos já referidos em cima e ainda a tecnicas de dunpping patrocinadas pelo governo Japonês, os construtores Japoneses não poupariam também o nosso.
O Dunping consistia em que os construtores Japoneses vendessem os seus produtos na Europa abaixo do custo de produção. O prejuizo e a margem de lucro da marca eram pagos pelo governo Japonês.
Quando se implementassem na Europa, os preços baixos seriam aumentados paulatinamente.
A própria instabilidade politica que se vivia na altura com o pós 25 de Abril, apesar de ter sido pouco sentida, também ajudou a prejudicar a firma.
O preço das materias primas sobe e os ordenados também.
Os produtos da Metalurgia Casal vão perdendo competitividade.
Anos 80:
Os anos 80 deveriam ter sido de reestruturação da empresa.
Com a entrada na CEE em 1986, o poder económico dos Portugueses aumenta , e a motorizada do chefe de familia é encostada de vez na garagem, para dar lugar ao automóvel.
Apesar deste processo ter-se começado a dar já no final dos anos 70, a entrada na CEE veio permitir uma melhor condição de vida a muitas familias e este fenomeno da troca da motorizada pelo automóvel foi mais evidente.
Essa troca é compreensivel pois o automóvel é mais seguro, leva mais pessoas e protege as mesmas da chuva .
A motorizada começou a ser o meio de transporte escolhido pelos jovens.
Modelos inspirados na competição, tais como as Honda NSR 50cc e 125cc, entre outras, levavam os jovens ao delirio.
Estes modelos eram bem diferentes dos envelhecidos modelos Casal, e as vendas foram caindo.
Destaque para o lançamento da Casal K276, uma mota de Enduro com 125cc, de linhas muito bonitas. Foram vendidas bastantes para os CTT.
Anos 90:
Na década de 90, a Metalurgia Casal continuou com a mesma linha de modelos envelhecidos, apesar da ténue tentativa de mudança, realizada ao lançaram-se estes 2 modelos: A Casal Magnum e a Casal Arizona.
Tinha-mos então, os seguintes modelos para venda ao publico:
Casal K168 Boss e Super Boss;, este modelo foi um autentico campeão de vendas, produzido durante quase 20 anos, conseguindo assumir vários papeis e serviços.
Desde a motorizada que levava o trabalhador ao emprego, a motorizada que levava o jovem à escola, o parceiro de trabalho do carteiro, até ao veículo do entregador de Pizzas. Foi sempre muito amada e quase todos os Portugueses podem dizer que já guiaram uma.
Casal K181, uma motorizada com design bastante desactualizado;
Casal K500 Crossit, uma trail automática com 2cv de potência ;
Casal K554 RZ50, uma motorizada pouco virada para os jovens, com bastantes semelhanças à Macal M83. As letras RZ, provavelmente seriam as iniciais do nome do Engenheiro Alemão Robert Ziprich, pelo que deveria constituir uma homenagem ao falecido Engenheiro, que tanto fez pela Metalurgia Casal.
Casal K556 Magnum, uma motorizada muito bem conseguida. Bonita, com um design bastante jovem e fresco, potente, com 5 velocidades e 7.5cv ás 7500rpm.
Foi inspirada na Suzuki Wolf ( na altura a empresa Veículos Casal, era o importador dos motociclos e ciclomotores da marca Suzuki), uma motorizada sem grande "personalidade", mas que a Casal conseguiu interpretar de maneira bem mais interessante.
Casal K558 Arizona, uma trail com um design muito estilizado. Era uma ideia interessante, pois a motorizada poderia andar tanto em asfalto, como em pistas de terra.
Ainda podemos referir que em 1996, a Metalurgia Casal esteve para comprar a António Pinto, o projecto de uma motorizada que viria a ficar conhecida como AJP Galp 50.
Estava tudo encaminhado para a compra do projecto por parte da Metalurgia Casal, mas a compra nunca se chegou a concretizar.
No entanto , as dificuldades económicas da empresa, foram continuando desde a década de 80. As vendas da Casal continuavam a cair e os prejuizos a aumentar .
Em 21 de Outubro de 1993 dá-se uma greve por parte dos trabalhadores por causa de ordenados em atraso.
Em 18 de Setembro de 1995, mais uma greve motivada por salários em atraso.
Em 18 e 24 de Janeiro de 1996 dá-se outra greve, desta vez reclamando mais de 4 meses de salários em atraso.
A Metalurgia Casal foi andando em agonia lenta até 1999.
Em Janeiro de 1999, surge um grupo de investidores constituido por Manuel Magalhães, Paulo Barros Vale, Rui Faria ( Casal) e as 3 irmãs Cunha (Famel), que juntamente com apoios do IAPMEI, decidem colocar um projecto de forma a salvar a Casal, a Famel e a Fundador.
O projecto consistia na fusão das 3 empresas. A Casal produziria motores, a Famel produziria motorizadas, e a Fundador por sua vez, dedicar-se-ia à produção de componentes.
Um dos modelos a produzir, seria a muito interessante Famel Electron, protótipo de uma scooter eléctrica realizada pela Famel em parceria com a Efacec.
Este interessante projecto iria empregar 230 pessoas, contra as 300 que as 3 fabricas possuiam. Para além disso iria-se acabar com a eterna rivalidade entre empresas nacionais e consequente concorrencia interna, fazendo com que todos remassem na mesma direcção.
Em Fevereiro de 2000, a Metalurgia Casal encerra as portas devido á entrega judicial das suas instalações à multinacional Carrefour, já que os terrenos da Metalurgia Casal tinham sido vendidos por 1 milhão de Contos (5 milhões de Euros) em Maio de 1998, e o prazo de entrega das instalações tinha acabado á bastante tempo.
Em Março de 2000 a fusão destas 3 empresas é ameaçada pelos trabalhadores da Famel, que no tribunal de Águeda, exigem a Falencia da empresa, reclamando 9 mil contos (45 mil Euros) de créditos.
Em Maio de 2000, surge a noticia de que um grupo de crédores iriam recorrer a via judicial para exigir a falência da Casal.
Para além disso, os privados interessados no projecto de fusão das empresas, começariam a perder interesse no projecto, alegadamente por o Estado Português estar a mudar as regras de aquisição destas empresas. Segundo este grupo de investidores privados, o novo modelo de aquisição das 3 empresas de motorizadas proposto pelo Estado, iria ser extremamente prejudicial para este grupo de investidores, e poderia mesmo colocar em causa a sobrevivencia desta Holding das marcas de motorizadas.
Em Setembro de 2000, surge a noticia quase certa que o sector das 2 rodas iria ser salvo, graças á aprovação por parte do IAPMEI da Holding entre Casal e Fundador. A Famel estaria de fora da Holding devido a estar a enfrentar um processo de falência movido pelos trabalhadores da empresa.
Surge um novo nome de um investidor privado na Holding. Esse novo investidor seria a Masac, empresa a actuar no sector.
Começam-se a saber mais detalhes da Holding.
A Masac assumiria a liderança do projecto. A verba a investir pelos privados( Masac, Nuno Figueiredo e Manuel Magalhães), ascenderia aos 700 mil contos ( 3 milhões e 500 mil Euros). O IAPMEI investiria 500 mil Contos (2 milhões e 500 mil Euros ), e o património da Metalugia Casal ascenderia ao 1 milhão e 200 mil Contos ( 6 Milhões de Euros).
Em Dezembro de 2000, a Alpor, coloca uma acção de impugnação da venda do terreno da Metalurgia Casal á firma Francesa Carrefour, garantindo que não teria certeza de ser ressarcida das dividas realizadas pela Metalurgia Casal.
Para além disso, surge o boato que a venda do terreno da Metalurgia Casal à Multinacional Carrefour, não teria sido licita, pois especulava-se que o terreno teria sido vendido muito abaixo do seu real valor.
Recorde-se que o terreno foi vendido em 1998, por 1 milhão de Contos ( 5 milhões de Euros), e calculava-se que o terreno valeria 3 milhões de Contos ( 15 milhões de Euros.
Em Fevereiro de 2001, a Addemoto AB, uma firma Sueca que ao todo importou para este país cerca de 8000 motorizadas Casal, tenta contactar com a Metalurgia Casal de modo a poder importar peças de substituição.
Para pagar as dividas aos crédores, é posto á venda os bens moveis da Casal ( maquinaria, viaturas , material de escritorio, etc...)
Em Março de 2001 é dado a conhecer o interesse da Masac em comprar os activos da Metalurgia Casal por 160 mil Contos (798 mil Euros). Apesar desse interesse, a compra nunca se chegou a realizar devido ao facto da Masac nunca ter sinalizado a compra dos bens moveis.
Segundo Manuel Magalhães, a compra não se chegou a realizar por os activos da Metalurgia estarem incompletos, faltando as participações da Metalurgia em sociedades em Angola, Macau e Estados Unidos da America, para além do contracto de promessa de compra e venda de um terreno para implantar as novas instalações da empresa, celebrado entre a Metalurgia Casal e a Autarquia Aveirense. Para além disso, não estariam também incluidos um importante conjunto de moldes e maquinas.
Em Setembro de 2001, a multinacional Carrefour compra os bens da Metalurgia Casal por 90 mil Contos ( 450 mil Euros), para assim poder destruir o que restava do prédio da empresa e construir um conjunto de médias superficies nesse local. Os bens da Metalurgia Casal são entretanto vendidos a um sucateiro.
Em Abril de 2002, a Cãmara Municipal de Aveiro, vende um terreno para os interessados na recuperação da Metalurgia Casal, poderem instalar uma nova unidade fabril e iniciarem a produção de motorizadas e acessórios.
Surge ainda a noticia da destruição dos arquivos da Metalurgia Casal por parte do Carrefour. Ao mandarem destruir o edificio onde estava o arquivo da Casal, perdeu-se assim um importante testumunho de uma empresa que marcou o país. Projectos de motorizadas produzidas, ou de protótipos que nunca passaram à produção, como por exemplo o projecto do automóvel Casal ou o projecto do motor nº 2 que bateu um record do mundo de velocidade, entre outros, até ás fichas dos funcionários, ter-se-á perdido todo o espólio conservado durante 40 anos.
Em Março de 2004, volta-se a acender a chama da esperança. Surge uma noticia no Jornal de Noticias a dar conta da troca de galhardetes entre o Presidente da Cãmara Municipal de Aveiro, antigos funcionários da Casal e novos investidores interessados na Casal.
Os antigos funcionários da Metalurgia Casal, assim como os novos investidores interessados na Casal ( Nuno Figueiredo, Arménio Lima, Jasmim Neto e a Fundador), acusam a Cãmara Municipal de má fé, visto ter vendido o terreno prometido para instalar a nova fábrica da Metalurgia Casal à Vulcano.
Os ex -trabalhadores da Casal sentem que esta é a derradeira oportunidade para reaverem os seus postos de trabalho, visto que se estão a acabar os subsídios de desemprego e será muito dificil arranjarem emprego devido à sua idade.
A nova fábrica empregaria cerca de 70 ex-trabalhadores da Casal.
Do outro lado da barricada, o Presidente da Cãmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto Miranda, refere que o projecto não existe, e que se estão a aproveitar da boa fé dos ex-trabalhadores da Casal.
O certo é que já não há moldes nem máquinas para se produzirem motorizadas, pois estes infelizmente foram vendidos a um sucateiro. Como e o que é que iria produzir esta nova fábrica da Metalurgia Casal?
Está então contada mais ou menos a historia do maior fabricante de motorizadas e motas nacional, que apesar de ter tido grande fama em Portugal e de ter sido respeitada no estrangeiro, não lhe poupou o facto de ter falido com quase 2.8 milhões de contos de prejuizo ( 14 milhões de Euros), entre banca, segurança social e fornecedores, e de ter sido saneada de todas as formas possiveis, tendo até perdido o seu arquivo que tinha sido guardado durante 40 anos. Muito pouco respeito por uma empresa que tanto deu a Portugal......
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